Exposição “Ateliê Fiderioman” celebra moda afro e indígena em São Pedro da Aldeia

Mostra com peças artesanais criadas por mulheres de terreiro segue aberta até o dia 29 de julho na Casa da Cultura

A Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos, em São Pedro da Aldeia, recebe até o dia 29 de julho a exposição “Ateliê Fiderioman: as cores, formas e estilos da moda afro e indígena dos terreiros”. Com entrada gratuita, a mostra reúne cerca de 100 peças artesanais produzidas por mulheres do Ilê Asé Iya Oju Omi. A visitação pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h (exceto feriados).

A abertura oficial da exposição celebrou a ancestralidade, a moda de terreiro e a força da cultura afro e indígena. O encontro reuniu representantes do poder público, agentes culturais, convidados, historiadores e representantes de terreiros da região. Durante a cerimônia, o público pôde apreciar as peças expostas e adquiri-las por meio de um QR Code disponibilizado próximo às criações.

Fotos: Thiago Ruivaco

Presente na cerimônia, o secretário municipal de Cultura, Thiago Marques, destacou a importância de valorizar as mulheres que constroem esse trabalho com identidade e ancestralidade. “É uma grande honra para a Casa da Cultura receber essa exposição. As mulheres do Ateliê Fiderioman não só confeccionam roupas e acessórios, elas preservam memórias, constroem narrativas e ocupam um espaço de protagonismo”, declarou.

A noite de abertura contou, ainda, com uma apresentação especial de berimbau com Jansen Carvalho, seguida por uma roda de conversa que promoveu reflexões sobre identidade, estética e resistência dos povos de terreiro. A roda teve falas potentes de nomes como a designer de moda Sulamita Barros (Ateliê Tesoura Afiada), o historiador e pesquisador Pierre de Cristo, a idealizadora do Curso Antirracista e Indígena, Elisabete Franco, e a especialista em História e Cultura Afro, Márcia Fonseca.

Para a diretora municipal de Cultura e curadora do espaço, Giselle Ruiz, a noite foi um marco de representatividade. “Fico imensamente feliz por podermos abrir esse espaço para que essas vozes, que por tanto tempo foram silenciadas, agora possam brilhar e ocupar com orgulho o lugar que também é delas por direito”, afirmou.

A programação foi encerrada com emoção e celebração. Uma vibrante roda de jongo, conduzida pelo grupo Jongo Fiderioman, envolveu os presentes com palmas, cantos e muita ancestralidade.

A co-fundadora do Ateliê Fiderioman, Joseane Carvalho avaliou a noite de abertura como um momento simbólico e transformador. “O evento superou todas as expectativas. Mais do que uma abertura, foi um momento importante para resgatar a nossa cultura, estimular o sentimento de pertencimento e fortalecer a representatividade que tantas vezes nos falta. Receber jovens que se sentiram representados é muito bonito e emocionante de sentir. Eles são a nossa continuação, pois como Nego Bispo diz: o ciclo é início, meio e início”, declarou.

Com curadoria de Joseane Carvalho e da produtora Raio de Sol | Raio de Ouro, a exposição permanece aberta ao público até o dia 29 de julho, oferecendo uma imersão na moda e nos saberes tradicionais afro e indígenas. As visitas escolares e de grupos organizados podem ser agendadas previamente pelo e-mail cultura@pmspa.rj.gov.br.

A Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos está localizada na Avenida Francisco Coelho Pereira, nº 255, no Centro de São Pedro da Aldeia.

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