Roda de conversa debate Dia Nacional das Tradições Africanas em São Pedro da Aldeia

A Secretaria de Cultura de São Pedro da Aldeia promoveu uma programação especial para marcar o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, celebrado na terça-feira (21/03). O objetivo foi promover a troca de informações e ampliar a compreensão sobre o tema. Na oportunidade, a Secretaria convidou lideranças de religiões de matriz africana e representantes do segmento para uma roda de conversa na Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos. O encontro contou com a participação do secretário municipal de Cultura, Thiago Marques, e servidores da pasta.

Na oportunidade, Thiago Marques pontuou a importância da valorização das tradições culturais africanas e da sua influência na formação da identidade cultural brasileira. “É importantíssimo no dia de hoje podermos falar e aprender sobre essas tradições e ter esse momento de troca, porque é somente através do diálogo e da informação que poderemos desmistificar estereótipos, combater o preconceito e criar um ambiente inclusivo e respeitoso”, disse.

Compondo o quadro de dinamizadores da roda de conversa, estiveram presentes a assessora de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Fernanda Costa, e o líder religioso Marcelo Barboza (Marcelo de Ayrá), fundador da casa de Candomblé Ilê Omi Aṣè Ayrá Obìjínaye. O evento contou com a mediação do assessor administrativo da Secretaria de Cultura, Augusto Azevedo, que também esteve presente representando o centro religioso Ilê Omi Aṣè Ayrá Obìjínaye.

Para o líder religioso Marcelo Barboza, a realização do evento foi uma oportunidade de fortalecimento de laços. “Estar aqui é uma grande oportunidade de troca e de fortalecimento dos nossos elos, que vão reforçar essa corrente. A Casa Ilê Omi Aṣè Ayrá Obìjínaye está de portas abertas e espero que a gente consiga cada vez mais ampliar essa união em prol da igualdade e do respeito às diferentes fés”, disse.

O líder religioso Marcelo Barboza falou sobre as contribuições sociais das religiões de matriz africana e as origens históricas de seu processo de estigmatização no Brasil
Foto:
Raíra Morena/Divulgação PMSPA

Na oportunidade, a assessora de políticas culturais da Secretaria, Cleise Campos, que também é professora de História, falou sobre a sanção da lei federal nº 14.519/2023, que levou em consideração também o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). “A instituição dessa data é uma novidade muito grande e com um passado de mais de 380 anos de escravidão, que traz marcas muito complexas na nossa história, incluindo a prática do racismo. Essa roda aqui em São Pedro da Aldeia é importantíssima justamente para pensarmos juntos em ações do que pode ser feito daqui para frente para atenuar os preconceitos enraizados”, disse.

Ao final do encontro, a assessora de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Fernanda Costa, enalteceu a iniciativa da gestão. “Para mim, foi um presente participar dessa roda nesse dia tão emblemático. A igualdade racial e a igualdade religiosa precisam andar juntas e essa roda de conversa dentro do município de São Pedro da Aldeia é um avanço. É muito bom ver que o governo promoveu esse olhar para a nossa diversidade cultural por iniciativa da Secretaria de Cultura, que vem mostrando um trabalho maravilhoso na cidade”, destacou.

A assessora municipal de Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Fernanda Costa, também contribuiu com as discussões
Fotos: Raíra Morena/Divulgação PMSPA

Moradora há 48 anos de São Pedro da Aldeia, Silvana Rabelo foi uma das participantes. “ Eu adorei esse encontro e só tenho a parabenizar a Secretaria de Cultura por abrir espaço para que a gente possa conhecer a história dessa religião”, disse. O evento contou, ainda, com uma exposição de máscaras, artefatos e ferramentas utilizadas nas práticas religiosas, algumas trazidas diretamente da África, provenientes do acervo pessoal do líder religioso Marcelo Barboza. Também estiveram presentes no encontro representantes da Casa Ilê Omi Aṣè Ayrá Obìjínaye, além da diretora municipal de Cultura, Giselle Lima.

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