Exposição de obras surrealistas movimenta Casa da Cultura em São Pedro da Aldeia

Até esta sexta-feira (30), das 9h às 17h, a Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos, em São Pedro da Aldeia, sedia a exposição “Colorido Dolorido”, assinada pela artista plástica Marina Ribeiro (Egípcia). A mostra, concebida em linguagem surrealista, apresenta mais de 30 obras de artes surrealistas, entre pinturas, desenhos e instalações, que convidam os visitantes a refletirem sobre a sociedade contemporânea, a natureza da mente humana e o universo dos sonhos. O projeto é realizado pela Casa dos Azulejos Produções Artísticas e Culturais e conta com o apoio da Secretaria de Cultura.

As obras, repletas de metáforas, retratam cenários oníricos e insólitos. Os quadros e instalações trazem elementos que remetem ao inconsciente, evocando interpretações diversas e sensações da ordem da estranheza. “Cada visitante tem uma experiência diferente com as obras. O meu desejo, com essa exposição, é que cada obra fale com o espectador. Como estamos falando de arte surrealista, o visitante vai lidar, de forma pessoal, com os seus sonhos, suas vivências e seus problemas internos. É como se ele estivesse adentrando em um mundo onírico, de sonhos e alucinações, onde muitas coisas podem não fazer sentido. A ideia é que as obras proponham um diálogo íntimo. Fico muito feliz em poder expor meu trabalho na cidade, esse apoio da Secretaria de Cultura é essencial”, destacou a artista Marina, que há mais de 10 anos se dedica às artes visuais.

Ao lado de Marina, assinam a concepção da mostra Fabiano Aciolly, na curadoria, e Nelson Yabeta, na produção cultural. A exposição também é livremente inspirada no texto da peça teatral “Pode ser que seja só o leiteiro lá fora”, do renomado autor gaúcho Caio Fernando Abreu, escrita na década de 70, que trata sobre a sensação de alienação crescente no mundo e do papel fundamental da arte na vida das pessoas. Parte das obras em exibição na Casa da Cultura vão compor o cenário da nova montagem do espetáculo, prevista para estrear este ano, sob direção de Nelson.

Fotos: Karol Giordano/Divulgação PMSPA

Ao longo da exposição, é possível notar referências às obras do pintor espanhol Salvador Dalí, considerado “Mestre da Arte Surrealista” e um dos ícones do movimento, surgido na Europa. A corrente artística foi fortemente influenciada pelas teses psicanalíticas de Sigmund Freud e propõe um rompimento com a compreensão racional sobre o mundo. A mostra também reúne releituras e inspirações de pinturas célebres, como a obra “O Grito”, do norueguês Edvard Munch, que se tornou o símbolo internacional da ansiedade, e a obra “Medusa”, do artista italiano Caravaggio.

Outro destaque da ambientação são as instalações feitas com manequins, tecidos, objetos e molduras, além da sala de exibição audiovisual, em que o visitante tem a oportunidade de experienciar as obras em um espaço reservado. “É de extrema necessidade que o espectador seja inserido no surrealismo sensorial, como se realmente entrasse dentro de um sonho ou até mesmo de um ‘portal’. Como a exposição dialoga diretamente com o texto de Caio Fernando Abreu, obras inéditas foram criadas’, conta Nelson.

A atração na Casa da Cultura entrou no roteiro de visitações de escolas da rede pública e particular e também de um grupo de professores de Geografia da rede municipal, como parte do cronograma de visitas ao patrimônio histórico da cidade. “O casario onde funciona a Casa de Cultura faz parte patrimônio histórico do município e quando chegamos tivemos a grata surpresa da exposição. A experiência foi excelente, a arte tem muitas particularidades e pode expressar muita coisa. Todos os professores gostaram muito do passeio”, destacou o professor e coordenador de Geografia, Rondinelli Gomes, um dos integrantes do grupo.

A Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos fica localizada na Avenida Francisco Coelho Pereira, nº 255, no Centro da cidade.

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